Quem sou eu?

Sou uma caminhante, eu creio, que se comunica melhor por escrito do que com palavras. Gosto de inventar histórias.
Meus pais eram grandes contadores de histórias. Penso que aprendi com eles, ouvindo trechos de casos acontecidos do lado de lá do oceano, um pequeno episódio a cada dia. Tudo que contavam tinha um toque de nostalgia, de tristeza, de saudade. Saudade, essa palavra que dizem só existir em nossa língua, mas que expressa um sentimento universal, comum a todos os povos. Resolvi dar voz a essas pessoas, permitir que ganhassem vida em outras histórias, estas criadas por mim, inspiradas em minhas mais caras memórias, as que se trazem da infância. E assim, também presto homenagem a meus pais, meu pai, que fez nascer em mim o amor pelos livros e pelas letras, minha mãe, que está ao meu lado em todas as tormentas.
Todo aquele que um dia atravessou o mar, o mar de verdade, como meus pais, ou o seu próprio mar, como eu, há de compreender o que passa na alma do viajante, pois há muito percebi que todos temos algo de viajantes e de estrangeiros, embora nem todos descendam de imigrantes apaixonados por esta terra, nem estejam vivendo em terras estranhas, em pátrias outras. Não importa. Compartilhamos o mesmo Universo, somos parte do espírito do mundo.
O nome escolhido por mim, para assinar esses meus escritos, recebi de duas figuras únicas: uma amiga querida e minha avó materna. Possam elas caminhar a meu lado pelos suaves declives da estrada, encorajar-me, nas íngremes encostas das montanhas.
A você leitor, dedico estes textos. Que eles o alegrem e confortem, sigam em sua ilustre companhia.

MBlannco